quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Crónicas do Planeta Oval: Vem aí o Seis Nações (e a Inglaterra está à rasca, I say)

Faltam oito dias para começar o Seis Nações. É quase a última oportunidade de ver as equipas do hemisfério norte em acção antes do Mundial de Setembro, em Inglaterra, e daí uma certa expectativa. Os ingleses, que esperam vencer daqui a uns meses, estão fleumaticamente ansiosos, não só porque quando ergueram a taça William Webb Ellis pela única vez, em 2003, venceram antes a prova europeia, mas também porque têm sido perseguidos por lesões, o que os tem impedido de escolherem um XV-base consistente de jogo para jogo. Poor lads... A sua grande estrela, Manu Tuilagi, continua no estaleiro; Ben Morgan, o melhor avançado da rosa no Outono, também encostou às boxes; e até o certinho-que-nunca-inventa Farrell  resolveu seguir-lhes o exemplo. Resultado: o mister Lancaster, que já tinha várias dores de cabeça com a segunda linha (a forma de Atwood ou a experiência de Parling e Lawes?), o  formação (Ben Youngs ou Danny Care, que está a jogar melhor mas ofereceu um ensaio à África do Sul em Novembro?) e os centros (grandes e cepos como Twelvetrees e Burrell ou criativos e permeáveis como Eastmond e Joseph?), vê agora as opções limitadas também na terceira linha. A tal ponto que decidiu chamar Nick Easter, um veterano de 36 anos e méritos outonais. Que São George Ford lhes valha 10, ma nem isso é certo. Daí a inclusão do maverick Cipriani, com quem literalmente Lancaster nunca foi à bola. Para um favorito à vitória no Mundial, como eles querem convencer-nos (e convencer-se), são muitas hipóteses em aberto. Já parecem a França, só que a França está sempre a mudar porque Paris é a capital da moda e da revolução.
Talvez por isto, os olhos estão agora postos na Irlanda, que venceu a Austrália e os Springboks no Outono e superou galhardamente a retirada do herói nacional O´Driscoll. Ah, e perdeu com os All Blacks por um traumático ponto (no último minuto...) em Novembro de 2013. Sinal dos tempos, o Daily Telegraph, a voz do establishment britânico, incluiu nada menos do que sete irlandeses na sua lista dos melhores jogadores por posição do próximo Seis Nações, incluindo os médios Conor Murray e Sexton e o 13 Henshaw (esse mesmo, o sucessor de O´Driscoll). Mas o que deve ter doído mesmo aos bifes foi ver o eterno O`Connel na segunda linha e o jovem O´Mahony a asa fechado, o lugar de Robshaw, capitão da rosa e símbolo da era Lancaster. A mensagem é clara: Mister, os papistas estão a comer-nos as papas na cabeça - ou ganhas isto ou não chegas ao Natal. Se é que chegas a Setembro...

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