domingo, 2 de novembro de 2014

Palavra de honra ???? (6)

Não querem dinheiro público para o emprego?
Ah...sim, este emprego é uma merda porque é precário e um país sob resgate durante  três anos deve proporcionar emprego bom e perene. Lógico.
E a baixa do desemprego é fraudulenta? Julgava  estar estabelecido que se devia à emigração.

12 comentários:

  1. Filipe, os programas existentes são melhor do que nada, porque quem trabalha ao abrigo desses programas recebe um ordenado durante uns meses (se tiver formação de nível superior, cerca de 600 euros líquidos). Mas é óbvio que não é o mercado de trabalho a funcionar; quando o programa chega ao fim, a porta da rua é quase sempre a serventia da casa (falo só da amostra que conheço, mas até por isso gostaria de saber os números exactos). Nesse sentido, uma diminuição da taxa de desemprego não resulta necessariamente duma melhoria da economia nacional.

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    1. sem dúvida, Carlos, nunca escrevi o contrário: significam apenas o alívio do desemprego.

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    2. Filipe, um desses programas foi um alívio para mim durante alguns meses (e não cuspo no prato onde comi, até porque, independentemente do custo pessoal, poderia sempre tê-lo recusado). Contudo, a questão é: podemos curar uma infecção só com analgésicos ou necessitamos de antibióticos? Se um médico estiver a aliviar os sintomas duma doença, fazendo com que o paciente se sinta melhor, mas não estiver a tratá-la correctamente, não deverá ser posto em causa? Nesse sentido, creio que a iniciativa do BE tem todo o sentido. A forma panfletária como apresenta muitas das suas propostas é que é irritante, mas todos os partidos o fazem; nós é que somos mais (in)tolerantes a umas formas do que a outras.

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    3. Carlos: claro, mas sou pragmático. Em tempos de resgate como criar emprego bom e saudável? Agora, o próximo governo já pode fazer mais, não é?

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    4. Filipe, eu também fui pragmático nas minhas observação e acção: são melhor do que nada e, pessoalmente, tirei benefício de um. O que não significa que não se possam auditar o funcionamento e os resultados dos programas (bem peneirado, creio que é apenas isto que o BE propõe; o resto são considerações próprias da luta partidária). Quanto ao próximo Governo, não conseguiria responder-lhe de modo sério, até porque, achando que deve haver um novo Governo (já não consigo ver/ouvir grande parte dos membros deste), a minha esperança é pouca ou nenhuma.

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    5. Filipe, uma das causas da descida da taxa de desemprego é a emigração, mas há outras. Isto não é ilegal, é simplesmente fraudulento, uma distorção. Isto é medir líquidos a metro.
      Ninguém espera que volte o emprego para a vida, aquilo a que tradicionalmente se chamava emprego, que é um trabalho que garante uma vida segura, o que permite que arrendes uma casa, com a certeza de daí a seis meses ainda poderes pagar a renda. Seguro, nem sequer significa decente; tendo o teu saláriozito até morreres, tens pelo menos um teto onde podes criar duas ou três gerações. O Costa não vai mudar isto, espero apenas que possa recuperar ou melhorar as redes estatais de apoio social, completando o que o mercado não dá. Isto também é segurança; é chegar à velhice e saber-se que os filhos pelo menos tiveram escola e saúde e não se vai acabar numa valeta, sem dinheiro para comprar cigarros. O Passos está numa tensão entre ser mais honesto do que algum governante alguma vez foi e mostrar que tem resultados, que o povo está melhor agora do que antes, porque não pode deixar de o fazer, já que é governante. Há quase cinco anos, embora nem todos ainda tenham dado conta, fingindo que ele não existe.

      Carlos, eu, infelizmente, conheço também muito bem o mundo dos estágios e do trabalho precário. Não eu diretamente, mas tenho em casa quem já tenha aceite pagar para trabalhar e, acredite ou não, foi assim por uma questão de sobrevivência, pessoal e familiar. Nem sempre é verdade que se pode recusar quando se quer, porque nem sempre se tem essa liberdade e, quando é assim, não é coisa que se agradeça. Eu não agradeço a quem paga metade do salário mínimo à minha mulher, exigindo-lhe uma jornada normal de trabalho duro, porque assim tem mais lucro. Passou o tempo em que eu agradecia ao dono da quinta o dinheiro que ganhava na apanha do morango para o resto das férias. O BE, cumpre a sua função, que é fiscalizar, e eu não sei como se pode fazer isso sem se ser irritante.

      caramelo

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    6. Caramelo, cada qual sabe de si, e eu só falei/falo por mim. Quando afirmei que não cuspo no prato onde comi, não agradeci nada, apenas disse que ninguém me obrigou a aceitar o programa. Se gostei de passar por essa situação ou por muitas outras desde que fiquei desempregado em 2010? Não, não gostei. Senti-me indignado por ter que me apresentar de 15 em 15 dias nas instalações da Junta de Freguesia da minha área de residência como um indivíduo sujeito a uma medida de coacção; armei um basqueiro quando o IEFP me quis obrigar a frequentar uma acção de formação intitulada Noções Básicas de Gestão ou coisa que o valha depois de lhes ter explicado que tal que não fazia sentido no caso de alguém com um Mestrado em Gestão e investigação na área de HRM/OB. Mas, dito isto, se recusei continuar num emprego bem pago porque entendi que não poderia jamais aceitar algo que me foi proposto, tendo pago o preço pela decisão que tomei (e, sob várias perspectivas, não foi baixo, mas não me alargarei sobre isso), como vou afirmar agora que não há escolha? O que não significa que seja insensível a situações como a que o caramelo descreve. Quanto ao BE, penso ter sido muito claro: acho que a iniciativa faz todo o sentido.

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    7. Carlos, eu apenas quis acentuar a falta de liberdade real de cada vez mais gente para fazer escolhas. A situação que relatei é corriqueira. Dizia o Anatole France que a Lei, na sua majestosa igualdade, proíbe os ricos e os pobres de dormir debaixo da ponte, de pedir nas ruas e de roubar pão e também podia acrescentar que a liberdade também toca a todos, rico e pobre, por igual. Mas olhe, isto tudo é falta de comunicação do governo aliado a um sério problema mental da malta, que não reconhece o que fazem por ele. É por isso que, diz o Cadilhe, o PSD se arrisca a perder as próximas eleições. http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=779272&tm=8&layout=123&visual=61

      caramelo

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  2. Caramelo, troquei impressões consigo de boa-fé e levo com uma ligação para declarações do Cadilhe?! Obrigadinho.

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  3. isto nas trincheiras não há boa fé , eu tenho é esperanças de, na revolução, subornar o caramelo com um açorda de camarão da costa como deve ser para ver se fico só no lager 231 ( reeducação ligeira) ...

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  4. Vamos os três à açorda e, se for bem regada, prometo que vos convido para uns comissariados do povo, à escolha, mas coisas técnicas, tipo ferrovias. Carlos, o Cadilhe foi um interlúdio cómico, para amenizar, não leve a mal.

    caramelo

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  5. Independentemente dos comissariados (e devo dizer que um nas ferrovias me assentaria às mil maravilhas), alinho na açorda de camarão da costa bem regada. Caramelo, não lhe levei a mal, até brinquei com o assunto. O Cadilhe, pelo menos, ainda tem uma certa 'gravitas' (não necessariamente na dimensão de eticidade do termo, mas pelo menos na de seriedade). Para lhe levar a mal, teria que me presentear com uma ligação para um dos muitos parvalhões ignorantes e vendidos que se fazem passar por comentadores informados e independentes.

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