domingo, 6 de abril de 2014

Saba

Se um menino pudesse escrever um poema  para a sua mulher, escrevia isso, disse Saba. O isso já lá vamos, mas  notem a máquina italiana na mesa, igual à  minha e que não troco por nespresso nenhum.
Saba era acusado de ser conservador para irritar ( os ermetistas, os tipos da  nespresso etc), mas  defendia-se dizendo  que era apenas um arretrato cultural.
Vamos ao isso ( Casa e campagna, 1909), um elogio à mulher ( pollastra, franga), um piropo espectacular  ( pettoruta e superba é de chupeta). Usa o tradicional settenario ( acento na sétima sílaba do verso) na vitrina do não menos convencional hendecassílabo, mas é a simplicidade que nos apanha:

Tu sei come una giovane,
una bianca pollastra.
Le si arrufano  al vento
le piume .
(...)
ma, nell'andare, ha il lento
tuo passo di regina
ed incede sull'erba
pettoruta e superba.

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